Jovens foram assassinados em 2022 na Gamboa, em Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia

 

De acordo com a denúncia do MP-BA, os agentes "alteraram, substancialmente, a cena do crime em diversos momentos, objetivando apagar os rastros dos homicídios".

👉 Patrick Sapucaia, de 16 anos;
👉 Cleverson Guimarães, de 22 anos;
👉 Alexandre dos Santos, de 20 anos.

Segundo o órgão, com base nas investigações e laudos periciais da simulação dos crimes, os policiais "plantaram" armas de fogo, como se os objetos estivessem com as vítimas, e lavaram as poças de sangue que ficaram nas escadarias da comunidade utilizando vassoura, baldes e água das casas da localidade.

Conforme aponta a denúncia, os agentes teria retirado os corpos dos três jovens, já sem vida, colocaram em lençóis e levaram para o Hospital Geral do Estado (HGE).

A investigação aponta também que o objetivo da ação era "sustentar a falsa versão de que os policiais teriam sido 'recebidos a bala' quando passavam pela Avenida Contorno, iniciando a perseguição dos jovens até uma casa abandonada, onde teria ocorrido confronto armado, do qual teriam saído feridas as vítimas às quais os PMs teriam prestado socorro".

"Todavia, as provas técnicas produzidas refutam as versões dos policiais e comprovam que as cenas dos crimes foram alteradas dolosamente", afirma a denúncia.

O MP-BA solicitou à Justiça o afastamento cautelar dos PMs do policiamento ostensivo durante 180 dias e a proibição deles terem acesso à Gamboa e manterem contato com testemunhas e familiares das vítimas.

Homicídio qualificado

Em novembro de 2023, três dos quatro policiais militares já tinham sido denunciados pelo MP-BA pelas mortes dos três jovens na Gamboa. Esses três agentes vão responder por homicídio qualificado cometido por motivo torpe.

Na ocasião, a Justiça acatou o pedido do MP e determinou o afastamento dos PMs por 180 dias. Eles também ficaram proibidos de ir até a Gamboa e de manter contato com testemunhas e familiares das vítimas.

Os moradores da região afirmaram que os policiais chegaram no local atirando e jogando gás lacrimogênio, levaram os jovens para um imóvel abandonado e os executaram.

A PM dá outra versão sobre os fatos. A corporação afirmou que recebeu uma ocorrência de sequestro e que foi recebida a tiros pelos três jovens, que acabaram feridos no revide.

Após o crime, os moradores da Gamboa fizeram um protesto na Avenida Lafayete Coutinho, mais conhecida como Avenida Contorno.

O grupo fechou a pista nos dois sentidos, tanto na subida para o Campo Grande, quanto na descida para o Comércio, e pediu o fim da violência policial na comunidade. Durante o protesto, os moradores também reclamaram da truculência dos policiais nas ações.

Moradores da Gamboa fizeram um protesto na Avenida Lafayete Coutinho, mais conhecida como Avenida Contorno — Foto: Reprodução/TV Bahia

Moradores da Gamboa fizeram um protesto na Avenida Lafayete Coutinho, mais conhecida como Avenida Contorno — Foto: Reprodução/TV Bahia 

G1