O policial militar João Wagner Madureira, suspeito de matar a jovem Fernanda Santos Pereira a tiros, se apresentou nesta segunda-feira (15), na delegacia de lhéus, no sul da Bahia, onde ocorreu o crime. A jovem de 23 anos foi morta na madrugada da última quinta (11), em um posto de combustível da cidade.
Como apurado pela TV Santa Cruz (afiliada da TV Bahia na região) com o delegado à frente do caso, o homem foi ouvido e liberado, já que o prazo para prisão em flagrante havia encerrado. O suspeito ainda alegou disparo acidental.
Em nota enviada à imprensa anteriormente, os advogados de Madureira disseram que o homem não conhecia a vítima, que estaria "descontrolada" no momento do confronto.Jovem de 23 anos é assassinada a tiros em posto de combustível na Bahia — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz
Imagens das câmeras de segurança do local, que serão analisadas pela Polícia Civil, mostram Fernanda abaixada enquanto o suspeito se aproxima dela. Com uma arma na mão, o homem dá um chute na jovem.
Na sequência, os dois começam a discutir, Fernanda dá tapas nele e também é agredida até que o suspeito consegue imobilizá-la e dispara tiros contra a mulher.LEIA MAIS
A jovem chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Costa do Cacau, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo dela foi sepultado na tarde de sexta (12), no cemitério da cidade.
Veja abaixo a íntegra da nota da defesa do policial:
É com profundo pesar que comunicamos a todos sobre o trágico incidente envolvendo o policial militar João Wagner Madureira, conhecido como Cenoura, lotado na 69ª CIPM, na madrugada desta quinta-feira(11/01).
No calor de uma discussão, o PM se envolveu em um incidente fatal que resultou na perda de uma vida. O policial sempre dedicou sua carreira à defesa da sociedade e, em especial, à proteção das mulheres atendendo e prestando socorro em diversos casos de agressão a mulher. O ocorrido é inquestionavelmente repugnante, e estamos cientes da gravidade dos fatos.
João Wagner está comprometido em se apresentar voluntariamente às autoridades competentes e cooperar plenamente com as investigações em curso. Entendemos que essa tragédia em questão não apaga sua história em defesa da sociedade enquanto policial militar, mas compreendemos a responsabilidade de responder judicialmente por seus atos. Como deve sempre ser, independente de quem seja.
É importante esclarecer que, embora as acusações de feminicídio estejam presentes na cobertura midiática, afirmamos categoricamente que o policial militar não conhecia a vítima e que o ato não foi motivado por violência doméstica, familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
O vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que João Wagner Madureira aparece com uma arma em punho apontada para o chão. As imagens não divulgadas irão provar que a arma não tinha a intenção de intimidar a vítima, mas sim afastar pessoas alteradas na localidade. Quanto ao disparo ocorrido, esse se deu de forma acidental, quando a vítima e o policial entraram em vias de fato, momento em que a vítima tenta segurar a arma do policial, acabando por acionar a tecla do gatilho de forma involuntária como mostra as imagens divulgadas e que resultou na fatalidade que lamentamos profundamente.
João Wagner Madureira reconhece a gravidade do ocorrido e está preparado para responder perante a justiça dos homens e a justiça divina. Neste momento difícil, expressamos nossas sinceras condolências à família enlutada.
Nosso compromisso é com a verdade e a justiça, e confiamos no devido processo legal para esclarecer os detalhes deste trágico episódio.
G1.
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