O empresário Jackson Vilar, organizador de motociatas com Jair Bolsonaro em São Paulo, rompeu com o ex-presidente e tem se dedicado a criticar bolsonaristas em suas redes sociais. Agora ele quer organizar um passeio de moto com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.
- Leia: Quem é Jackson Vilar, organizador da motociata de Bolsonaro e pré-candidato à Câmara
- Saiba mais: Governadores aproveitam brechas e emplacam parentes na máquina pública em 12 estados
Vilar é idealizador do "Acelera para Cristo", evento que reuniu milhares de motociclistas em 2021 e 2022 em São Paulo, com presença de Bolsonaro e a cúpula do então governo e da base aliado no Congresso. O ex-presidente popularizou esse tipo de agenda durante seus anos na Presidência e foi criticado pelo gasto de dinheiro público com os eventos em tom de comício, fora da campanha eleitoral.
Ao GLOBO, Vilar afirmou que enviou um e-mail para a Presidência da República convidando Lula e Alckmin para a motociata que ele pretende organizar em 2024. O empresário diz que o evento não tem vínculo partidário e que deixou de apoiar Bolsonaro por conta das "mentiras dele".
— A verdade está aparecendo. Bolsonaro nunca foi cristão. Enganou a todos, principalmente os evangélicos. Mas agora estão acordando — declarou.
Ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten compartilhou neste domingo um vídeo em que Vilar aparece numa foto com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, atribuindo a virada de posição a "oportunismo". Wajngarten escreveu: "inacreditável. Bom para a gente aprender também", referindo-se a escolher melhor de quem se aproximar. A peça traz a imagem de um capacete com a estrela do PT e o 13, número de urna da sigla.Na última semana, Vilar debochou da declaração da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), segundo quem seu marido Aginaldo Oliveira seria um "homem negro", publicou um vídeo elogioso a Lula e chamou o pastor Silas Malafaia de "bajulador do falso messias", em referência a Bolsonaro, cujo nome do meio é Messias.
No auge do apoio a Bolsonaro, Vilar tinha uma conta no Instagram com 53 mil seguidores. Ele a apagou e criou outra, que tem hoje mais de 9 mil seguidores.